“There are no foreign lands. It is the traveler only who is foreign.” Robert Louis Stevenson. Stevenson foi um jovem escocês, nascido no século XIX, dotado de dom literário e poder fantasioso. Tristemente, como tantos na sua época, morreu demasiado cedo, demasiado jovem, com tantas aventuras por viver. Mas por entre os seus testemunhos, Stevenson deixou-nos um legado inspirador – ou não fosse a sua imaginação ter lutado tão ferozmente contra a sua débil condição e tê-lo feito viajar. Sim, mesmo doente Stevenson viajou muito. E descreve-nos algumas das suas viagens: viagens a sítios longínquos, viagens ao interior de cada um de nós, viagens de fazer de conta, viagens reais, viagens de encantar. “Inbetween” retrata uma dessas viagens. Uma qualquer. Uma viagem aos confins do Universo ou só ali ao virar da esquina. “Inbetween“ pode ser uma viagem indeterminada, sem um destino, mas num percurso de conhecimento,

“Cuidado, que ela vira leoa!”, diz-nos o povo quando nos quer mostrar a mulher de armas, destemida, protetora. A Natureza fez da leoa o símbolo da maternidade, da perseverança e da coragem: um animal que luta, que caça, que vence, que ama e acarinha, que atravessa a savana com porte seguro e passada majestosa; atenta, alerta, atrevida. Na vida, todo o caminho é uma escolha e, como qualquer escolha, toda a alternativa é um risco. Estaremos preparados para nos aventurarmos pelo caminho menos calcado? Iremos optar pelo seguro? Ou vamos ousar, viver e enfrentar? “A travessia da Leoa” desvenda-nos a mulher sagaz, astuta e corajosa; a mulher que não segue o trilho comum da vida, que não se conforma com o banal e nem teme o desconhecido. Afinal, pergunta-nos a leoa, de que vale a vida se não pela experiência misteriosa do inexplorado, contada em mil aventuras?