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SOBRE

“O meu trabalho é essencialmente uma forma de narrativa que visa saciar a minha paixão por compreender a vida e tudo aquilo que faz de mim uma criadora.

Contar histórias faz parte do meu processo criativo explorando o fundamental, ingénuo e antigo prazer que nós humanos temos com histórias, memórias e narrativas de ficção ou não.

 Todo o trabalho que tenho desenvolvido tem sido à volta da “memória” seja ela literária, social, histórica, coletiva, familiar ou pessoal, o arquivo  pessoal, particular ou institucional tem sido uma forma de pesquisa e a pintura  o meio criativo em que as histórias e as memórias podem coexistir no mesmo espaço temporal; nos outros veículos criativos por exemplo na música existe sempre uma linha temporal, mas na pintura tudo pode acontecer num espaço, e é neste contexto que as minhas narrativas  se desenvolvem.”

Além das exposições individuais e coletivas realizadas desde os anos 80, Susana Bravo já participou em vários projetos, como o trabalho comissionado pelo Hotel Corinthia em Lisboa e o convite de residência pelas Caldas da Rainha.

HOTEL CORINTHIA

CALDAS DA RAINHA

Nasceu a 1960 – Porto. Frequenta o Mestrado em Artes Plásticas, ramo pintura, da FBAUP. Realizou diversas exposições individuais, destacando-se: ”Ir, ver, perder, parar, transformar” Cooperativa Árvore, Porto 2022 “Ficções imaginadas”, Galeria Autoria, Porto, 2018; “Histórias, memórias, mentiras narrativas verdadeiras”, Vila do Conde, 2016; Galeria ACBEU, Salvador da Bahia, Brasil, 2015; “Viagem à linha do equador”, Galeria Vértice, Estoril, 2012; “Palavras Afro-Brasileiras”, Cooperativa Árvore, Porto (2010); Galeria Vértice, Lisboa, 2003. Participou em inúmeras exposições coletivas em Portugal e no estrangeiro, assim como em Bienais Internacionais de Arte em Portugal e no Brasil. Menção Honrosa, Prémio Cármen Miranda 2015 – Marco de Canavezes. Prémio de aquisição 1997, ANJE. Tem participado em curadorias de livros de artistas, em parceria com a Artista Daniela Steele e o Museu de Arte da Bahia.

VALTER HUGO MÃE

“Os quadros de Susana Bravo são como charadas a misturar o quotidiano com o mundo da memória. Vemos o que é e o que foi, numa acumulação de instantes e referências como se o tempo se expusesse transversal e inteiro. A colagem, efetiva ou sugerida, é, pois, um dos recursos mais notórios da artista, fazendo desse efeito de mescla de técnicas e materiais um tópico a sublinhar o salto temporal e a ilustração geral de uma história…”

JORGE VELHOTE

COMO SE A NOITE APENAS FOSSE UM LEQUE DE VIDRO

“Permanece na luz a mão enquanto na sombra, na exactidão pura da noite, o mar chega com os seus ossos e melodia. Há uma fotografia em que tu estás, com um chapelinho e um lápis. E logo ao centro, rodeada de vento, a tua saia roda como um búzio. É já tarde, dirás mais tarde. E como num verso, dançando, uma flor de fogo sobe para que alguém desça. E nos dedos trás um fio altíssimo. O que se escuta é o ruído da maré que chega. …”