O livro da Kate Atikson, ‘Life After Life’, é permitido à personagem principal, Úrsula, reviver a sua vida mudando pequenos momentos, como se fosse uma reencarnação da mesma vida, da mesma pessoa, uma vida após vida… Foi com relutância que comecei a ler este livro pois o tema, recomeçar a mesma vida, causava-me algum desconforto. Pensar em reviver a mesma vida com alterações, as mesmas pessoas, as mesmas circunstâncias, os mesmos locais, era um assunto que não me interessava. No entanto, quando comecei a ler envolvi-me no romance com vontade de ver o que acontecia. Kate Atikson é brilhante, muda pequenos pormenores e isso altera todo o destino de Úrsula. Há muitos momentos em que Úrsula percebe que já os tinha vivido, mas não tem a certeza, só aquela sensação de ‘déjà vu’, e vive a vida após a vida. A personalidade dela não muda, nem de as

Eu pergunto-me acerca dos limites da liberdade, para descobrir que mesmo uma mulher negra, despretensiosa, num contexto tão duro a pode descobrir na simples condição humana. A minha obra é uma narrativa, cada quadro conta uma ou mais histórias, inspiradas pela literatura, pelo cinema ou por uma simples conversa numa mesa de café. O processo criativo que me impele procura desvendar o fundamental: conhecer algum sentido da vida, experimentar o ingénuo e fundar-me no ancestral deleite humano de contar histórias. Reconheço nas personagens que pinto um pouco da minha própria história, que enredo com as vivências de outras mulheres (reais ou fictícias), procurando descrever momentos e ocorrências da vida dessa mulher comum. Ao observador, quero despertar a curiosidade natural de tentar conhecê-la também e identificar a existência, real ou imaginária, dos contos que eu crio. O quadro, “Amarelinha”, conta-nos de uma rapariguinha genuína e sincera, que se