“A reader lives a thousand lives before he dies, said Jojen. The man who never reads lives only one.” George RR Martin A linearidade da vida não se aplica àqueles que leem. A multitude de emoções de uma vida é ampliada quando nós embarcamos na viagem de outra pessoa. Somos transpostos do que estamos a viver atualmente, seja felicidade, tristeza, um dia de ansiedade ou angústia, e somos levados numa excursão de emoções e aventuras. Podemos viver as realidades que mais nos adequam, podemos nos enfurecer com o tratamento e injustiça sofrida por Fanny Price, ou podemos nos apaixonar pelo Mr. Rochester e viver no século XIX inglês durante duas horas por dia; podemos ainda participar na resolução de mistérios do nosso detetive preferido. Se desejarmos, podemos voar com dragões, ou passar um ano num barco com Pi e os seus animais. Eu lembro-me claramente como o

“Thus, we never see the true state of our condition till it is illustrated to us by its contraries, nor know how to value what we enjoy, but by the want of it.” ― Daniel Defoe, Robinson Crusoe   Estes quadros foram pintados durante a pandemia com o desafio de descrever este momento inédito em que vivemos através da pintura, de cores, de formas, de texturas e sem palavras. Queria narrar as histórias distintas que estamos a testemunhar e a viver recorrendo a uma linguagem visual, pois é por este meio e através de imagens que eu falo, me exprimo e consigo contar histórias… desta vez de isolamento, da sede pela liberdade e da intimidade.   A solidão é um estado subjetivo e indesejado, mas é neste estado solitário onde eu crio, onde encontro a minha força e descubro o que preciso para puder pintar. Apesar de sozinha não